21/12/2010

Faça da felicidade a sua Rotina

Por vezes, a vida tem momentos em que parece que estamos num verdadeiro oceano agitado, em que temos de nadar incessantemente para conseguirmos sobreviver. As forças começam a falhar e até nos passa pela cabeça parar de lutar. Mas, é certo que é possível vislumbrar o lugar maravilhoso que se pretende alcançar, o passível Éden ou Oásis, onde se pode aliviar a dor, saciar a sede e matar a fome, conquistando a tão desejada tranquilidade e serenidade. Frequentemente, no percurso tumultuoso, agitado e imprevisível da vida tenho medo de passar por qualquer coisa terrivelmente importante e de não o reconhecer como tal, escapando a oportunidade de fazer a diferença na minha vida e na dos outros. E, se aquilo que tanto quero está à minha frente e eu não consigo reconhecer? Ultimamente, apercebi-me que tenho mudado drasticamente a minha maneira de viver. Quando era mais jovem, e até há pouco tempo, fazia muitas coisas que considerava desagradáveis ou aborrecidas, de uma maneira quase automática, sem ter consciência do momento, querendo despachar o que estava a fazer, para voltar a completar uma actividade que me dava mais satisfação e prazer. Porém, ao reflectir melhor, apercebi-me de que todos nós passamos imenso tempo a fazer coisas rotineiras, que não nos fornecem grande satisfação mas que são necessárias para uma vida equilibrada. De facto, toda a vida é feita de rotinas, vivemos em rotina e não há nada de mal nisso. Uma rotina pode ser algo de muito bom, tal como, coisas que se repetirão diariamente ao longo da nossa vida, como, dormir, comer, lavar-se, vestir-se, trabalhar, pagar facturas, etc. A maioria das pessoas estão em busca de novidade todos os dias e esquecem que a novidade é, às vezes, olharmos de forma diferente e encararmos as coisas com outra perspectiva. Por isso é que decidi aprender a tirar proveito da rotina e de todos os momentos que defino como aborrecidos, pois para sermos felizes—e eu quero—temos, também, de aproveitar aqueles momentos que decorrem entre o agora e aquilo que pensamos que a nossa vida deve ser. E, quando perdemos estes momentos, porque queremos fazer outra coisa, perdemos fragmentos importantes da nossa própria vida, momentos que nunca mais vamos recuperar. Por isso, é importante saber lidar com o momento tal como se apresenta e compreender o significado das contrariedades com que nos deparamos. Se vou fazer uma coisa ´chata`, ´aborrecida`, prefiro fazê-la de uma maneira consciente, captando todas as fases, reparando nos meus movimentos, na minha respiração, no decorrer do tempo, no resultado que a minha acção terá, etc. Aprendi, também, a estar mais atenta aos detalhes que me rodeiam: aos sons, às cores, aos cheiros, às gesticulações das pessoas, à maneira como falam ou andam, às minhas próprias reacções e emoções. Acho que a aceitação da nossa realidade é o primeiro passo para promover as mudanças que forem necessárias na nossa vida. É o começo de um processo de transformação. Podemos lutar para mudar a nossa realidade, mas não contra ela. Cada momento é único e insubstituível. Vamos reflectir sobre como utilizamos o nosso tempo, ficar conscientes e gostar de todos os momentos da nossa vida. Actualmente, já tenho consciência de que, por piores que as coisas pareçam, elas irão melhorar sempre. Nesta vida tudo passa e tudo se resolve.

Texto de: Elisabeth Barnard

Directora da revista ZEN ENERGY

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