26/05/2010

DA JANELA PARA O MUNDO (6ª parte)

Indiferentes aos olhares curiosos,passeavam agora na marginal, traziam no rosto a expressão pura de momentos edificantes cujo cunho perpetuava o prazer dos corpos irradiando sedução.
Bela olhava para Pedro com ternura, não imaginando porém o que se escondia para lá daquele olhar que se esgueirava em cada troca,em cada sorriso, em cada ilusão.
O sol desaparecia no horizonte envolto em mil cores; chegara a hora da despedida,retornaria ao seu quarto,ao seu mundinho medíocre, de auto-destruição,àquele cujo o qual não conseguia libertar-se, sim ,ela assumia-se como uma mulher da vida,em que a tortuosidade de cada momento suplicava compaixão.
Sucumbira a uma noite copiosamente desgastante, o seu corpo reclamava sentimentos
perdidos, jamais encontrados em putrefactos momentos de evasão, em que se abandonava aos devaneios de um qualquer, subjugando-se ao vil metal que a corrompia.

20/05/2010

DA JANELA PARA O MUNDO (5ª parte)


Demorava-se agora, naquele olhar penetrante que a envolvia . Uma onda de prazer fê-la vibrar, seus lábios carnudos entreabertos pulsavam de desejo, esta mensagem generaliza-se e todo o seu corpo correspondia. Pedro desejava-a loucamente, agora entrelaçados sedentos de volúpia, os corpos surgiam num ritmo alucinante em que o limite era o saciar do fogo que perscrutava  cada  recanto, cada gesto, cada olhar. Permaneceram assim, neste limbo, em que corpo e alma se fundiam numa panóplia de odores e sensações. Amanhecia, raios  tímidos iluminava-os  ténuamente, nus ,revelavam-se mais belos de uma sensibilidade arrojada, de quem depois de saciado proclama a rendição.

18/05/2010

LOUCURA

Deambulava neste sofrimento
Neste mundo de devastação
Já não presente, só indiferente
Ao momento de solidão.


SIMPLES

Rolava agora nesse verdejante
Que outrora fora asfalto em construção
Simples, directo, incoerente
No momento dependente
De uma singela ilusão.


ATRAVÈS DE TI
Através de ti observava
Um comportamento animal
Intolerante, sobejamente agonizante
Num precedente sem igual.

06/05/2010

DA JANELA PARA O MUNDO (4ª parte)

De olhos semi-cerrados, sentia um vazio percorrer-lhe o corpo que agora inerte permanecia submisso a um só querer, a verdade o porquê de tal atrocidade, a manhã já ia alta, os raios de Sol penetravam no aposento vigorosamente.
Pedro pressionava agora campainha, o que fez com que Bela saísse da letargia em que se encontrava, ainda perturbada, abrira a porta sem se preocupar com o seu corpo nu exposto ao olhar de Pedro, esta visão fê-lo demorar-se em cada detalhe em cada curva, absorvendo odores, inalando sedução.
Mandou-o entrar, absorta nos seus pensamentos, nem reparara no ar lascivo de prazer que tinha provocado. Tragava agora um café, e pela primeira vez observava demoradamente aquele homem misterioso que tinha entrado abruptamente na sua vida.